Há já algum tempo que eu não tinha um começo de dia tão mau como o de hoje!
Começou logo nas primeiras horas da madrugada.
O final do dia que antecedeu a esta madrugada, como sabem, foi diferente, por isso, não jantei!
A comida não passava na garganta!
Tentei comer uma sopa quando cheguei a casa mas, nada! As quatro crianças estavam todas a dormir!
O Márinho via num canal qualquer, um filme com um anjo que se perdesse as asas tornar-se-ia um humano (para quê?), não interessa!
Não quero pensar em mais nisso!
Vesti o meu pijama de flanela (é do Márinho, mas ele não usa) e sentei-me ao fundo da cama á frente do aquecedor. Sentia-me tão gelada que só me apetecia ser um bichinho-de-conta para conseguir enrolar-me toda.
Não tinha sono e não me apetecia ler... «A Arte da Fuga» de Daniel Sampaio! Ainda sorri ao olhar para a capa do livro! O título, a esta altura do campeonato, tem a sua piada!
Deitei-me e a ultima vez que olhei para o relógio eram 05:46...
As obrigações matinais correram como de costume com a diferença que as minhas crias estavam elevadas ao quadrado (matemáticamente esta expressão está errada, penso que ou é elevado a dois ou simplesmente ao quadrado!)
Esta conversa toda para chegar á hora do almoço.
Começou com a fila que estava á porta da porcaria da tasca.
Demoramos 40 minutos para conseguirmos uma mesa e outros 10 para pedir e nada daquilo me apetecia... E tudo porque me recusei andar até Santos.
A Sandra* sugeriu que bebessemos vinho para “esquecer”, o tempo, claro!
Eu não bebo mas lá alinhei se fosse sangria. Sangria não há. Ok, então um panaché (detesto cerveja mas assim ainda vai!).
Trouxeram-me um copo de cerveja frouxa com água, só podia.
-
Helder, desculpa mas eu não bebo isto. (o Helder é o rapaz que serve á mesa)
Finalmente chega a minha omolete de fiambre (provavelmente ainda estiveram á espera que a galinha pusesse os ovos) e eu corto-a ao meio... o ovo cru começa a escorregar pelas partes aberta como se de uma ferida se tratasse!
-
Eu não acredito, oh Helderrrrr! Por favor, leva isto para ser passado porque se eu quisesse ovo cru tinha pedido uma esmada, certo?
Coitado do rapaz, lá levou a travessa para dentro.
Os meus colegas que já estavam a comer começam a rir e pedem-me para controlar o meu mau feitio.
-
Mau feitio? Porra! Uma omolete é uma coisa tão simples, mau feito?
A saga da omolete continua e na volta da travessa, lá estava a omolete muito bem passada mas a rebentar por todos os lados de queijo derretido! EUODEIO omolete COM QUEIJO!!!!
Quando eu reviro os olhos é mesmo uma porra e vocês sabem! Passei-me!
Levanto-me da mesa e simplesmente saio.
Há coisas nesta vida que eu não consigo controlar nem disfarçar:
a falta de paciência!
Isso é por teres sido muito mimada. – acusa-me o Márinho!
Talvez, talvez... e a culpa é tua, pai!
E agora expliquem-me:
Porque é que eu não admito este tipo de atitudes na Mariana? Ela tem mais idade de se comportar assim do que eu!
*Private Note: Não Paula, não é a minha nova amiga e não sou fã dela, está bem? ;)
# publicado por
Cristina em
11/26/2003 06:24:00 da tarde