(gosto tanto destes titulos enormes...)
Á sete anos atrás, dei entrada na maternidade Alfredo da Costa, num domingo de manhã.
Estavamos a 6 de Outubro. O Márinho tinha um voo ás 15H:30m para Munique e eu ainda não tinha feito a mala dele!
Era a minha 2ª gravidez (depois de uma falta de pontaria, dois anos antes).
Estava de quase 8 meses, com águas rebentadas e uma bébé pelvica (um buda, como lhe chamaram na ecografia).
Esta parte é o PRINCIPIO da história e não é relevante para o assunto proposto no titulo. Mas vou continuar á mesma, quero lá saber, apetece-me escrever...
(está a dar aquela musica francesa que eu gosto tanto!!!... esta musica petrefica-me!!! – e pronto! Desliguei o msn porque falar com esta minha amiga do coração é-me emocionalmente desgastante! Pegamo-nos sempre! Não percebo, e como tal, e como tb já lhe disse, nem sequer quero pensar nisso!!! NÃO QUERO APANHAR DESGOSTOS!)... voltando á estória:
Depois de fazer uma ecografia e de se certificarem que eu transportava dentro de mim uma bébé sentadinha, com os braços e as pernas cruzadas (a anunciar o mau feitio que aí vinha), mandaram-me ficar deitada numa maca que estava nas urgências.
- Tem que permanecer na horizontal – disse-me a enfermeira.
Mas eu não estava preparada para lá ficar, e como já tinha dito, tinha uma mala para fazer e um pai para deixar no aeroporto. Levanto-me:
- Srª Enfermeira, desculpe mas eu tenho que ir embora! Prometo que volto depois de deixar o meu marido no aeroporto, está bem?
- Mas está a brincar comigo? Dispa-se e dê-me tudo o que tem para eu levar á pessoa que a trouxe. Vá, vista esta bata e deite-se você já não sai daqui...!
Ops! Ela estava a falar a sério!
- Srª Enfermeira, então deixe-me ser eu a ir lá fora dar isto ao meu marido, está bem? Eu já me deito!
(Coitadas das enfermeiras, têm mesmo que ter uma pachorra para aturar pessoas assim...)
E lá fui eu dar as minhas coisas ao Márinho e pedir-lhe que fizesse uma lista infindável de coisas, e que não se preocupasse que assim que chegasse a Munique eu já estaria em casa, que aquilo não era nada, e tal e tal, aquela minha descontração do costume!!!
O Márinho fez tudo o que lhe pedi, inclusive a mala (eu estava tão preocupada com a estúpida da mala! – tenho esta mania estúpida de que sou só eu que sei fazer as coisas!!!)
A mim, mandaram-me para um quarto com duas camas, e com os estores fechados. Ligaram á minha enorme barriga, uma fita com um aparelho para ler as contracções...
Sei lá eu o que é uma contracção!!!
A enfermeira explicou-me o grafico que saia na fita de papel quadricolado e pediu-me para a chamar se aqueles picos altos que a agulha escrevia se tornassem mais constantes!
- Cada vez que a agulha regista este pico, é uma contracção! Disse a enfermeira com toneladas de paciência!
- Ah! – exclamei eu estupfacta! Eu não sentia nada!
Esta parte é o MEIO da história e NÃO É RELEVANTE para o assunto proposto no titulo. Mas vou continuar á mesma, quero lá saber, apetece-me escrever...
A tarde decorreu entre o sono e o sonho... a máquina do CTG continuava a escrever uma linha semi ondulada com os picos altos pelo meio... e eu, ali deitada, sózinha!
Finalmente na sala de partos perguntam-me se queria uma anestesia epidoral ou geral. (Como eu odeio que me façam perguntas... Oh minha senhora, eu é que sei? Desde que não veja a agulha, é-me igual!!!)
Optaram pela epidoral! Foi giro, deu para ver a cesariana pelo reflexo do enorme suporte da luz, em aluminio, que estava por cima de mim!
E deu para ir falando com o médico que me estava a “abrir a barriga”!
Hoje, quando me lembro desse momento, imagino a seca que o médico apanhou e o arrependimento do enfermeiro que me deu a epidoral (devem ter pensado, mas porque é que não lhe enfiamos com a anestesia geral? Não se cala!!!)
Os dialogos davam para outro post e é melhor ficar por aqui, se não, não há Blog que chegue! (bolas, nunca mais chego ao assunto!)
Quando vi o ratinho que saiu de dentro de mim nem queria acreditar, tão pequenininho!!!
Foi uma simples vista de olhos porque ela teve que ir imediatamente para uma encobadora!
Era tão feia, mas tão feia... era mesmo feia! Mas era tão querida!
Aquele tamanhinho de 1,680 kg era de facto um miminho! O pé (adoro os pés dos bébes) tinha o tamanho do meu pulgar! Exactamente igual ao meu pulgar!!!
Esta parte É A QUE INTERESSA para o assunto proposto no titulo:
Quando chegou a hora da visita da noite, o meu irmão (o da mesa) entra como pai da garota (que na altura não tinha nome, apesar dos esforços da mana Mafalda em afirmar que eu tinha uma Mariana na barriga!), e uma amiga minha fica barrada á porta.
Quando eu soube que ela estava lá fora e não conseguia entrar, não vou de modas, levanto-me, desço as escadas e vou ter com ela á porta da rua (naquela figura linda que tem qualquer mulher que acaba de ter um filho).
A Paula quando me vê fica tão feliz, mas tão feliz que nem acreditava que eu me tinha dado aquele trabalho para lhe dar um Xi Coração!!!
Peço ao Sr. da porta para a deixar entrar e digo-lhe com um grande sorriso:
- TENS TABACO???
***
Nota pessoal: Proponho ao mano da mesa uma análise promonorizada sobre o tamanho deste post... desconfio que a minha insanidade está a crescer nestas mesmas proporções.
---
# publicado por
Cristina em
1/20/2004 06:05:00 da tarde