Ultimamante tenho-me perguntado muitas vezes que raio de geração será a das minhas filhas!
Não me apetece falar da minha geração, se foi ou não, a melhor!
Foi a minha e simplesmente amei!
Da mesma maneira que a minha tia Alda amou a geração dela, nos anos 70.
Penso que não há comparações possiveis de se fazerem entre as gerações.
Marcam cada época e pronto!
Vocês sabem que me doi vê-las crescer.
Não entendo se é pelo facto de deixarem de ser bébes;
se é por ser um sinal da minha velhice,
ou simplesmente pelo facto de não poder voltar a ter, eu mesma, a idade delas!
Cada vez mais, fico surpreendida com as minhas filhas!
Chegam-me a chocar com as suas attitudes.
Ponho em causa a educação que lhes dou! Sinto-me sacudida.
É tão bom, tão facil ser mãe de crianças!
E, se as mães têm sempre razão, a minha está repleta de verdade ao afirmar que eu não sou dotada de capacidade emocional para a maternidade!
Nota: não é preciso telefonarem-me porque não estou de todo deprimida nem nada parecido!
Estou só a divagar! A desabafar! A complicar…
Faço um esforço desgraçado para não comparar o meu crescimento/desenvolvimento com o crescimento/desenvolvimento das minhas filhas.
As nossas vidas não têm nada em comum!
Por acaso têm uma coisa em comum, sim: o pai! O meu pai é parecido (profissionalmente falando) com o pai delas.
Não quero!
Recuso-me a fazer comparações, mas tento passar a elas a mensagem que a minha mãe tanto batalhou para nos passar a nós! O respeito pelas pessoas.
Apesar de achar que a minha mãe exagerou em muitas coisas em relação aos outros, por exemplo, os protegidos dela precisam sempre mais do que nós; os protegidos podem ter traumas, nós não, etc etc e tal.
Não é por ciumes que falo nisto! Até porque, de nós os cinco, a mais parecida com ela sou eu!
Blá blá blá, blá blá blá e nunca mais chego ao cerne da questão!
Resumindo e concluindo:
cheguei á conclusão que, se tenho tempo para fumar também posso ter tempo para ter uma senhora lá em casa a ajudar-me nas limpezas.
Lá desencantei uma, a conselho da senhora da papelaria e ontem, a D. Maria lá foi a casa dar uma arrumadela.
Quando falei com ela dei comigo a pedir-lhe para não mexer no meu quarto.
A minha irmã chamou-me logo
“estúpida, agora que és grande e tens uma empregada para ti não aproveitas para te limpar o quarto?
A mãe quando dizia á Cecília (e ás outras que teve pelo caminho) para não entrar no nosso quarto que isso era da nossa responsabilidade era tão irritante!!!”
Pedi-lhe para se dedicar á cozinha, mas para meu espanto, quando cheguei a casa, os quartos das monstras estavam arrumados e as camas feitas. A cozinha, nem por isso!
Para não me esticar mais, é melhor passar a escrever a reação das Senhoras Donas Marquesas:
- Que RAÇA é a empregada?
- Vem cá para casa O DIA TODO? Todos os dias?
- Olha, a CRIADA esteve cá hoje!
- Granda pinta! Fez a minha cama! - diz a Mafalda ao estender-se nas almofadas com as mãos atrás da cabeça e as pernas cruzadas - ISTO É QUE É VIDA!!!
- Já agora, DEIXA-ME VER se despejou o meu caixote do lixo! Uauuu! Que pinta! Despejou!!!
Eu - Vais imediatamente lavar as tintas e os pinceis e arrumar essas aguarelas que estão espalhadas.
Mariana - Mas porquê? A empregada que arrume amanhã!
…
Acho que vou dispensar a senhora!
Não tenho feitio para ter filhas fascistas capitalistas!
Eu não fui, recuso-me que elas sejam!!!
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# publicado por
Cristina em
11/23/2004 11:30:00 da manhã