Aviso: qualquer semelhança entre esta fábula e a realidade é pura imaginação vossa.
Capitulo II
“O Porquinho”
Este porquinho da nossa estória era simplesmente o encarregado da fazenda.
Tinha como tarefa principal, manter toda a comunidade em harmonia.
Tratava-se de um porquinho esfoçado, pois ele trabalhava e trabalhava mas, volta não volta era atraiçoado pelos seu proprios sonhos: ser padre e estar fechado numa caixinha igual aquelas que há nas igrejas e onde os supostos pecadores se ajoelham e desabafam todos os seus males.
Vivia frustrado por carregar tamanho dom mas estar no galho errado.
No entanto, também com ele, a mãe-natureza foi generosa e concedeu-lhe o dom de ouvir. Foi a maneira simplista ela (a mãe), encontrou para remendar a merda que fez com o tamanho das orelhas.
Portador de tal qualidade decidiu então dar-lhe uso e sentou-se á direita da porta da sala principal da fazenda.
Foi o grande momento que a comunidade esperava: um ouvido disponivel para os coxichos mais incriveis.
Uma parte substancial dos bicharocos achava que a perfeição era atingida em reportórios diarios ao porquinho:
- Preciso de falar consigo, é urgente! - dizia o 1º que conseguia chegar ao porquinho - Hoje, o sr. rato foi á casa de banho cinco vezes… suspeito que haja um problema no consumo do papel higiénico da fazenda!
Provavelmente o sr. porquinho terá que tomar as medidas sérias sobre o assunto!
Poderá ser mais grava se as viagens á casa de banho aumentarem…!!!
… e reu-beu-beu pardais ao ninho, lá se íam enchendo aquelas orelhas.
E não seria essa a sua finalidade?
***
# publicado por
Cristina em
6/03/2005 10:02:00 da manhã