É a
1ª vez que vamos ás Festas da Beirã, que segundo reza a estória, não a das referidas festas, mas a dos meus avós, foi a altura em que o meu ilustre avôzinho marcou o casamento com a sua namorada na altura, a minha querida avó Nita.
Estavam em 1.900 e carqueja (como ele dizia), perante a coincidência da inauguração da igreja nova com as festas da terra, e o meu avô achou por bem casar nessa altura.
Caiu o Carmo e a Trindade* quando ele anunciou á familia tal data.
Ao que parece, o meu avô foi proibido de casar nessa altura porque a familia dele não gostava da moçoila cujo estrato social não era o mesmo do meu avô, e seria uma vergonha aquele casamento na inauguração da dita casa de deus.
Eles eram cinco irmão (como nós!) mas o meu avô era o mais rebelde e resolveu enfrentar tudo e todos e casou mesmo com a pobrezinha (isto até parece que está no sangue, que caraças!!!) Mas não nas Festas da Beirã.
E agora, passados uns 65 anos (acho eu!), a minha avó quer ir ás Festas da Beirã e, como está muito velhotinha, não vou brincar com o assunto.
Eu costumo dizer-lhe:
Oh vózinha! Para quê uma viagem tão grande... porque quer ver o avô? Ele não a vê a si!
Ela ri-se! Deve-me achar patetinha ou coisa que o valha. Com os anos habituou-se ás piadas dos netos. Sim, porque segundo o Clã, netos são parentes afastados. Os filhos tinham sempre muito mais piada, não é mãmã!
Hoje, quando disse ás garotas que íamos ás Festas da Beirã acrescentei:
- Aproveitamos e vamos também ver o meu avô! Não é que ele aprecie a visita... nem sequer nos vê, mas eu desta vez quero lá ir.
- Mas o teu avô é cego, mãe?
*usei esta expressão porque a minha ignorância é de tal ordem que desconheço completamente o Marvão... ou melhor, do Marvão só conheço o cemitério onde fomos a enterrar o meu avô á 3 anos.
# publicado por
Cristina em
7/14/2005 11:46:00 da tarde